Eu não gosto de híbridos. Eles são complexos e meia-boca em tudo. São o meio-termo que não agrada me agrada. Mas representam hoje o passo necessário para a dominação dos elétricos puro sangue. Entre as montadoras que perceberam isso está a Mercedes-Benz.
No salão do automóvel de Frankfurt desde ano, que já está na 69ª edição, a montadora expôs sua nova carteira de produtos. Ou sua nova linha, como se diz no jargão. E o que essa linha traz de novidade? Híbridos. Muitos híbridos e alguns elétricos.
Diz a fábula que se você jogar um sapo na panela fervente, ele pula fora imediatamente. Mas se colocar o batráquio na água fria e esquentá-la lentamente, o bicho se acostuma com o calor e morre no final. Bom, não estou dizendo aqui que o carro elétrico é uma morte lenta. Pelo contrário. Quem me conhece sabe que sou entusiasta e suspeito no assunto. Mas vocês entenderam o que eu quis dizer: as montadoras antigas, tradicionais, velhas e conservadoras estão tratado seus consumidores velhos, antigos, tradicionais e conservadores como sapos na panela, para que se acostumem aos poucos – e quem sabe passem a gostar de motores elétricos em seus possantes.
Por outro lado, a própria Mercedes-Benz vem tentando se aproximar do público jovem. Um de seus garotos-propaganda é o inglês Lewis Hamilton, piloto multi-campeão da Fórmula-1. Hamilton, um jovem negro que curte baladas e cantoras pop, tem ajudado a manter a marca da estrela de três pontas em alta conta junto aos rappers estilo bling-bling. Para essa geração, ostentar uma Mercedes-Benz continua tão maneiro quanto foi para os amigos da Janis Joplin nos 70s.
Já a Tesla comemorou o primeiro vídeo de um jovem rapper posando com um Model S em um videoclipe. A cultura hip-hop e suas variantes tem ainda têm peso e relevância quando se trata de tendência de consumo nos EUA.
No meu tempo, jovens costumavam ser revolucionários. Resta saber se os atuais vão querer comparar esse sapatênis motorizado que são os híbridos, ou se vão cair de pau nos elétricos.
#mercedes-benz
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