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Writer's pictureCarlos Martins

CRISE NA BMW?


Harald Krueger desmaia em público

Na última sexta-feira, 05/07, o alemão Harald Krueger informou que irá deixar o comando da BMW com a singela justificativa de que está "em busca de novos desafios profissionais". Ele permanece no cargo até abril de 2020, quando um novo CEO deverá ser apontado pelo conselho da montadora. 


Krueger é funcionário da empresa há quase  30 anos e está no posto de CEO desde 2015. De lá para cá a vida da BMW não tem sido cor-de-rosa. A perda de market share para a Mercedes-Benz e lucros reduzidos no primeiro trimestre deste ano marcam seu período de comando. Uma reunião fora convocada pelo conselho da BMW para a semana que vem. Krueger possivelmente intuiu que sua cabeça estava a prêmio e se antecipou ao anunciar que não estará disponível para um segundo mandato à frente da companhia.


O momento de sua saída se dá em meio a uma onda de transformação da indústria automotiva. Temas como eletromobilidade e carros autônomos têm sido os destaques das feiras internacionais. Além da competição com a conterrânea Mercedes, a BMW sofre no mercado de veículos premium norte-americano, onde compete (e perde) para a Tesla, pioneira dos carros elétricos semi-autônomos. 


Assim como as demais montadoras alemãs, a BMW quer se posicionar como ponta de lança da virada tecnológica em curso. Sob o comando de Kruger, foi lançada a campanha Nextgen, que recentemente anunciou planos para o lançamento de 25 modelos de carros elétricos até 2023 - dois anos antes do previsto anteriormente. Mas não parece ter sido o suficiente para o conselho supervisor da companhia. Como reportou a Bloomberg, alguns conselheiros passaram a questionar a liderança e a (falta de) agressividade do CEO em direção aos novos tempos. 


O baixo desempenho espelhado nos números da companhia aliado à sua fama de recluso e pouco afeito à relacionamentos sociais (chegou a desmaiar em público, certa feita) pode ter precipitado o seu fim. Resta saber como a BMW vai reagir à sua saída. O próximo ocupante do cargo vai pisar no acelerador da eletrificação e conectividade ou vai tomar o caminho conservador, apostando nos híbridos para não se arriscar? 

Na medida em que a Tesla segue lançando veículos cada vez melhores e competidores asiáticos avançam na corrida tecnológica, a escolha não será fácil. E o tempo para decidir é curto.  

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